sábado, 15 de fevereiro de 2014

Verrugas, Papilomas e Outros Nódulos em Cães

Existem dois tipos de verrugas mais comuns em cães. Uma que encontramos em animais jovens e outras que são mais comuns em animais mais velhos.
Essas “verrugas” de animais jovens, os papilomas, são na verdade lesões causadas pelo vírus do papiloma, que induz na pele a proliferação de “nódulos” geralmente benignos localizados na mucosa (gengiva, céu da boca, língua) ou mesmo regiões de transição como nariz, pálpebras, lábios e mais raramente na vulva e ânus dos cães.
Essas verrugas têm normalmente o aspecto de uma “couve-flor”, começando pequenas, lisas e pálidas (brancas) que com o passar do tempo ficam mais escuras e “enrugadas”. Elas são trasmitidas de cão para cão por contato direto, que muitas vezes acontece quando eles se lambem e se cumprimentam. Nem todos os cães que tem contato com esse vírus desenvolvem a doença e os cães jovens são mais propensos a desenvolver lesões do papiloma porque eles ainda estão imunologicamente despreparados e tendem a brincar e lamber mais do que os cães mais velhos, fazendo com que a pele lesada fique mais propensa ao desenvolvimento desse vírus. Esses papilomas muitas vezes regridem espontaneamente, mas podem ser removidos cirurgicamente se incomodar o proprietário ou o animal.
Existe a possibilidade de “amarrar” essas verrugas fazendo com que caiam, e assim as outras podem desaparecer por completo. Noutras vezes mandamos fazer uma autovacina. Esta autovacina é produzida a partir de uma verruga extraída e enviada para o laboratório.
Estas lesões são contagiosa entre cães, mas não para as pessoas ou para gatos. Os proprietários não precisam se preocupar com isso.
Já as “verrugas” de cães mais velhos podem aparecer em qualquer parte do corpo, embora elas tendem a se desenvolver mais frequentemente nas extremidades das patas,como ao redor dos dedos e pés, e no abdômen. Essas verrugas podem acometer qualquer raça, mas é muito comum em Poodles, Cocker e Schnauzer e estão relacionadas a alterações de glândulas sebáceas da pele do animal mais velho.
Na maioria destes casos, os cães mais velhos afetados por essas verrugas são imunocomprometidos, muitas vezes devido ao uso crônico de cortizona ou mesmo queda de resistência. Estas verrugas podem começar como pequenos nódulos lisos que passam a crescer ao longo do tempo. Como essas verrugas tem origem em glândulas sebáceas, normalmente acumulam secreção gordurosa ao redor, o que favorece a proliferação de bactérias, levando então a coceira e ao trauma, quando sangram e passam a incomodar o animal.
Se não fosse por isso, essas verrugas não precisariam ser tratadas, mas as vezes precisam ser removidas por razões estéticas ou se causam esse desconforto e sangramento. Outra forma de trauma pode ocorrer durante os banhos, tosa e escovação do pelo, fazendo com que sangrem também.
Nesse caso elas devem ser removidas cirurgicamente.
Como os cães tem vários tumores cutâneos (mastocitoma, histiocitoma, sarcomas, linfomas etc), somente um Médico Veterinário pode diferenciar se o nódulo em questão é uma verruga ou um câncer de pele.
 Caso de Papilomatose atendido na Clínica Veterinária Doutor de Bicho



sexta-feira, 22 de novembro de 2013

PARALISIA PELA PICADA DO CARRAPATO

Introdução

A Paralisia do Carrapato é uma doença pouco conhecida, porém muito grave. Trata-se de uma moléstia aguda causada por toxinas produzidas pela fêmea do carrapato, durante o parasitismo no hospedeiro. Geralmente ocorre em animais como cães, cabras e ovelhas, mas pode ocorrer em humanos.

Efeitos sistêmicos e casos relatados em humanos

A toxina presente na saliva do carrapato é capaz de interromper as sinapses nervosas na medula espinhal e bloquear as junções neuromusculares, inibindo a liberação de acetilcolina e causando danos aos sítios receptores. Aproximadamente 40 ou mais espécies de carrapatos podem causar a paralisia. Na América do Norte, a espécie mais relacionada é a Dermacentor andersoni ou Dermacentor variabilis, na Austrália, Ixodes holocyclus, no México geralmente é causado pelo Amblyomma maculatum. No Brasil, têm sido relatados casos em cabras, ovelhas e no gado, causados pelo Amblyomma cajennense (REMONDEGUI, 2012).

Os sintomas evoluem rapidamente e podem ser inespecíficos. Muitas vezes se parecem com as manifestações da síndrome de Guillain-Barré. Entre os sinais estão, disfunção de nervos periféricos, dificuldade respiratória, efeitos cardiovasculares, vômitos, dificuldade em caminhar e em segurar objetos, formigamento, visão turva, prostração, febre leve, entre outros. Casos fatais têm ocorrido, apesar de serem mais raros. Normalmente, os sintomas aparecem poucos dias após contato direto com áreas ou animais infestados por carrapatos, principalmente em zonas rurais.  Os sintomas vão evoluindo enquanto os carrapatos estão se alimentando no hospedeiro, sendo que após a remoção do artrópode, o quadro clínico tende a retroceder.

Deve-se prestar atenção, pois muitas vezes o carrapato está fixado em um local de difícil visualização, como ocorreu no relato de caso de paralisia por carrapato em uma criança. Apenas após alguns dias de sintomas severos com internação em UTI, um carrapato foi encontrado no couro cabeludo da paciente. Os médicos estavam suspeitando apenas da síndrome de Guillain-Barré. Com a remoção do parasita, a paciente se recuperou rapidamente (FELZ et al., 2000).

Em muitos casos de mortes causadas por paralisia generalizada sem diagnóstico, foram encontrados carrapatos na cabeça ou pescoço do indivíduo durante a autópsia.

No Brasil foi relatado oficialmente um caso em humanos até agora, em uma mulher de 28 anos que esteve em uma fazenda e manteve contato com cavalos, pastos, rios e capivaras. (ALMEIDA et al., 2012).

Os pets são potenciais hospedeiros de carrapatos e podem trazer espécies, como as aqui relatadas, para dentro das casas das pessoas. Além disso, casos de paralisia em cães (WALL & SHEARER, 2001) e gatos (SCHULL; LITSTER; ATWELL, 2007) também têm sido relatados.  Por isso, a melhor forma de combate dessa doença é a prevenção. Cães e gatos devem estar sendo sempre inspecionados e tratados preventivamente contra ectoparasitas. A utilização de coleiras anti-pulgas e carrapatos de longa duração é indicada principalmente nos casos de animais que tem livre acesso a áreas externas.


Referências

ALMEIDA, R. A. M. B.; FERREIRA, M. A.; BARRAVIERA, B.; HADDAD JR, V. The first reported case of human tick paralysis in Brazil: a new induction pattern by immature stages. J. Venom. Anim. Toxins incl. Trop. Dis. 2012, vol.18, n.4, p. 459-461. Disponível em:  <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1678-91992012000400017&script=sci_arttext>. Acesso em nov. de 2013.

FELZ, M.W.; SMITH, C. D.; SWIFT, T. R. A Six-Year-Old Girl with Tick Paralysis. The New England Journal of Medicine. 2000, v. 342, n. 2, p. 90-94. Disponível em: <http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJM200001133420204#t=article>. Acesso em nov de 2013.

REMONDEGUI, C. Tick paralysis cases in Argentina. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 2012, vol.45, n.4, p. 533-534. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0037-86822012000400025&script=sci_arttext>. Acesso em nov. de 2013.

SCHULL, D. N.; LITSTER, A. L.; ATWELL, R. B. Tick toxicity in cats caused by Ixodes species in Australia: a review of published literature. Journal of Feline Medicine and Surgery. 2007, v. 9, n. 6, p. 487-493.

WALL, R.; SHEARER, D. Veterinary Ectoparasites – Biology, Pathology & Control. 2. ed: Blackwell Science, 2001. 262p.

CICLO DO CARRAPATO





quinta-feira, 1 de agosto de 2013

TRATAMENTO PERIODONTAL

TRATAMENTO PERIODONTAL 


O Tratamento peridontal tem por objetivo devolver a saúde bucal, portanto, deve remover toda a placa bacteriana e todo o tártaro (acima e abaixo da gengiva) dando condições para que a gengiva "grude" novamente no dente para que possa proteger as estruturas que sustentam o dente. Deve deixar a superfície dos dentes lisa para dificultar o acúmulo da placa bacteriana e também facilitar sua remoção através da escovação.
O tratamento periodontal básico é indicado para pacientes jovens ou pouco presdispostos à doença e também para aqueles que fazem tratamentos regularmente, com doença periodontal inicial (apenas inflamação da gengiva e tártaro, não havendo bolsa periodontal). Um tratamento básico consiste:
  • Exame clínico e exames pré-anestésicos;
  • Anestesia inalatória;
  • Exame clínico detalhado de toda a cavidade oral, incluindo dentes, mucosas e especialmente a gengiva onde é feita a sondagem periodontal com auxílio de uma sonda periodontal milimetrada. Para que este exame seja completo e confortável para o paciente, ele precisa estar dormindo, por isto ele é anestesiado. Este exame minucioso da cavidade oral é importante por vários motivos:
    • A quantidade de tártaro não é uma parâmetro seguro para se avaliar a saúde oral. A sondagem periodontal possibilita um diagnóstico preciso da condição de saúde periodontal do seu pet, permitindo um tratamento personalizado para devolver uma boca saudável.
    • Outros problemas que não foram notados e o paciente não reclama podem ser diagnosticados e tratados devolvendo a saúde oral;
  • Remoção do tártaro (com uso de ultrasom odontológico e curetas manuais);
  • Polimento dos dentes (com uso de taça de borracha e pasta profilática);
  • Recomendações para manutenção da saúde bucal através de cuidados odontológicos em casa;
  • Reavaliações periódicas. 


    
                                
Saúde geral comprometida

Quando se instala a periodontite, as bactérias conseguem cair na circulação sanguinea, procurando novos sitios para poder se instalar.

Órgãos como coração, rins e fígado são atingidos por estas bactérias. O mesmo pode acontecer em articulações, levando ao sofrimento total do paciente.


Em casos de Doença Periodontal, cães e gatos tem sua vida encurtada pela deterioração sistêmica, e acabam vivendo menos de que viveriam se tivessem cuidados odontológicos.

Para que ele tenha uma vida saudável e longa, você deve procurar um especialista em odontologia veterinária que possa realizar a avaliação, planejar o tratamento e iniciar a prevenção.




quinta-feira, 6 de junho de 2013

Importância da Castração Precoce

Boa Tarde, 

Porque é importante castrar uma cadela ou uma gata precocemente?

As respostas são simples:

O risco de desenvolvimento de neoplasias mamárias em cadelas castradas antes do primeiro ciclo estral é de 0,05%, após o primeiro estro sobe para 8%, e é de aproximadamente 26% quando a castração ocorre após o segundo estro. (MORRISON, 1998). A castração só previne o aparecimento do tumor de glândula mamária, se for feita antes de um ano e meio.

Em segundo lugar temos a piometra que é uma patologia que acomete o útero de cadelas e gatas não castradas, de meia idade a idosas. É responsável por um índice elevado de mortalidade, quando não diagnosticada precocemente. É caracterizada por ser uma infecção bacteriana, com presença de exsudato muco-purulento no lúmen uterino, essa patologia se dá no endométrio que sofreu hiperplasia endometrial cística em decorrência de uma estimulação prolongada de hormônios. É importante também a castração para evitar a temida piometra.

A super população também é evitada, não ocorrendo gestação indesejada e consequentemente animais abandonados.



quarta-feira, 24 de abril de 2013

Viajando com seu Pet

Feriados, finais de semana e férias são sempre uma oportunidade para viajar com a famíliatoda, incluindo o seu animal de estimação.
O artigo 235 do Código de Trânsito Brasileiro, que caracteriza a condução de animais na parte externa do veículo  como infração grave (cinco pontos na carteira) e passível de multa e retenção do automóvel. Significa que é proibido levar o cão pela guia, por exemplo, de dentro do carro em movimento, ou mesmo em caixa ou gaiolas sobre o teto do veículo.
O artigo 232 do Código, prevê que o motorista pego segurando animais à seu esquerda, no colo, entre os braços ou as pernas, no momento que estiver dirigindo, incorrerá em infração média e também levará multa. Isso porque qualquer movimento do animal pode atrapalhar a visão do motorista, provocando um possível acidente.
Qual a forma mais adequada de levar seu melhor amigo(a)?
No carro vai depender do comportamento dele. Os GATOS, realmente devem ser transportados em caixas específicas e o tamanho ideal. O tamanho ideal é aquele em que o animal consegue entrar e virar sozinho lá dentro. Os CÃES, podem adaptar a cinto de segurança e à cadeirinha, pois se forem muito agitados talvez não gostem de ficar fechados em caixas. Lembrar de transpostar tanto cães e gatos no banco de trás.

Em viagens de ÔNIBUS, as empresas geralmente exigem guia de vacinação e comprovação de bom estado de saúde via atestado de sanitário, emitido por Médico-Veterinário. Os animais podem ser transportados na cabine em seu proprietário, sempre dentro de caixas específicas para esse fim ou então em compartimentos especiais que tenham ventilação, iluminação e segurança, garantindo o seu bem-estar. Vale a pena entrar em conatato com as empresas de ônibus.
Viajando de AVIÃO. Para transportar animais em aeronaves, os cuidados são redobrados. Cada empresa possui uma política. Geralmente estão em seus sites.
Na Gol, o transporte aéreo de animais vivos pode ser feito como carga ou então como bagagem em embalagens apropriadas de devidamente identificadas, como é o caso de cães e gatos de até 30Kg e a partir de quatro meses, com exceção de algumas raças, entre outros requesitos que devem ser devem ser cumpridos. Os demais animais só são transportados pela Gollog e os donos devem ficar atentos, pois não são feitas reservas para o transporte de animais vivos ao finais de semana e feriados.
Na Azul, existe o Pet na Cabine, ou seja, o animal vai pertinho do dono dentro da cabine da aeronave. Mas, o benefício só é possível se o peso total (animal + container) for, no máximo, de 5Kg. São permitidos apenas três animais domésticos (cão e gato) por voo, com mais de quatro meses de idade e em embalagem apropriada com dimensões específicas e piso interno revestido com material que contenha e absorva urina e fezes, evitando vazamento durante o transporte.
Na Tam, cães e gatos são aceitos na cabine de passageiro caso o peso total (animal + container) não ultrapasse 10Kg. E os mesmos procedimentos como caixa apropriada, atestado sanitário etc......



quarta-feira, 6 de março de 2013

Quais as Frutas Que Seu Cão Pode Comer!!!!!!!!!!

FRUTAS ????

Essa é uma pergunta frequente na clínica.
Meu Cão pode comer frutas?
As frutas de modo geral não causam nenhum problema aos cães. Salve algumas exceções como a uva que pode ser tóxica e acredita-se que pode ser uma das causas de insuficiência renal aguda em cães.
Como cada organismo reage de forma diferente a cada tipo de alimento, é bom observar se o seu animal manifesta sintomas indesejáveis como vômito e diarréia após a ingestão de determinada fruta. Caso isso ocorra, a ingestão da mesma deve ser suspensa.
Devemos lembrar que se nosso cãozinho tiver tendência à obesidade, ele não deve comer frutas ricas em açúcar. Já, se as fezes estiverem pastosas, ele não deve ingerir frutas com efeito laxativo.
De modo geral, devemos permitir a ingestão de frutas somente como forma de petisco, ou seja, pequenas quantidades e com pouca freqüência. Nunca devemos permitir a substituição das refeições à base de ração, por qualquer outro tipo de alimento, nem mesmo pelas frutas. Devemos lembrar que as rações são alimentos balanceados e nutrem de forma completa os nossos animais.
Para maiores esclarecimentos converse com o veterinário da sua confiança.